Um dos setores mais visitados do site remete a este assunto e muitas são as dúvidas endereçadas ao meu e mail questionando-me sobre isso: “Excitei-me com imagens masculinas…” ou então “Vi filme sobre travestis e gostei… será que sou gay?”.


A quantidade de indagações foram tantas que me senti na obrigação de divagar sobre isso. Independente de estudos confirmatórios, como profissional do sexo ( entenda-se sexólogo e não garoto de programa) tenho percebido algumas mudanças no contexto de meus pacientes. As mulheres estão se tornando mais competidoras, menos agarradas às “funções” antes julgadas femininas e os homens, na contramão, mais sensíveis e abertos a sentimentos mais profundos, os quais, se há algum tempo fosse demonstrado, seria julgado um frouxo ou viado, como queiram. “Homem não chora”. Não raro atendo varões em meu consultório de ginecologia, aguardam na sala de espera numa boa e sentem-se à vontade. Mas é claro que estou falando de exceções, pois a nossa sociedade, ainda julgadora, machista e preconceituosa, ainda insiste em definir normas de condutas masculinas ou feminilizadas. Esse tipo de julgamento tem levado muitos homens a se questionar sobre sua sexualidade, justamente com medo de ser taxado por algo que na concepção de sua criação seria uma “aberração”, algo condenável e rechaçado por muitos. Independente da sensibilidade ou da escolha sexual, de preconceitos ou julgamentos, o fato de fantasiar ou se excitar com imagens do sexo oposto não tem nada a ver com homossexualidade. As fantasias e os fetiches fazem parte do pensar humano, invadem nosso inconsciente, complementam nossa libido. O fato de fantasiar torna o sexo mais prazeroso, é a sua essência. Fantasiar não significa fato consumado. Inclusive não raro pacientes relatam-me fantasias realizadas que se tornaram algo sem graça. Os homens ou o ser humano em geral, XX , XY ou outros X’s, devem usar as suas fantasias a seu favor para incrementar sua relação com seu parceiro, seja ele do mesmo sexo ou não. Isso renova nossa libido e nos torna atraentes sexualmente. Um homem pode amar sua esposa e fantasiar um novo amante na cama; uma mulher pode imaginar o marido com outra para apimentar uma relação de muitos anos sem que isso saia do imaginário e torne a relação prazerosa. É um adereço não real, um afrodisíaco para que o casal continue se amando tanto na cama como fora dela, uma forma de sair da rotina. Há de se lembrar que se a libido está voltada a sofrimento pessoal ou mal alheio ai sim seria o caso de procurar um profissional da área da sexualidade, psicólogos e/ou psiquiatras, é necessário tratamento e avaliação psicológica, patologias chamadas parafilias ou desvios sexuais, como a pedofilia por exemplo. Não há a obrigatoriedade das fantasias se realizarem, mas já está na hora do ser humano aceitar mais a gama de divagações que a consciência humana é capaz de criar, usá-las a favor do próprio tesão e não se ater a normas repressoras e preconceituosas, as quais há muito tempo vêm “castrando” a libido humana. Aos poucos os sexos estão se percebendo herdeiros de uma mesma raça, cada um com suas particularidades, mas sem proibições tolas quanto a imaginação de sua mistura. Entre quatro paredes a imaginação voa pelo infinito, e, se for de bom cunho, sempre trará muito tesão aos amantes, homo, hetero, bi, etc… mas que fique bem claro: imaginar, pura e simplesmente, não define sexualidade de ninguém, e ponto final.
Dr. Gustavo Maximiliano Junho/2009


Fonte:https://www.drgustavo.com.br/assunto-do-mes/excitar-se-com-imagens-masculinas-significa-ser-gay/

15 Perguntas (e respostas) sobre Homossexualidade

 

1.O que é a homossexualidade?

É a atracção sexual dirigida fundamentalmente para indivíduos do mesmo sexo.

2.Quem é considerado homossexual?

Um individuo que sente atracção sexual fundamentalmente por pessoas do mesmo sexo é um individuo homossexual. Uma mulher que é sexualmente atraída principalmente por mulheres é chamada Lésbica. Um homem que se sente sexualmente atraído por outros homens é Homossexual (gay).

3.Ter sentimentos para com alguém do mesmo sexo faz desse alguém homossexual?

Não. Muitos rapazes e raparigas, durante a primeira infância, e mesmo adolescência, sentem atracção sexual e chegam mesmo a ter experiências de cariz homossexual, mas não são gays nem lésbicas. Muitos adultos também sentem atracções ou têm experiências do tipo homossexual, sem que se considerem eles próprios gays ou lésbicas.

4.O que determina a orientação sexual de alguém?

Não é ainda conhecida a causa da homossexualidade ou heterossexualidade. Uma das teorias refere que a orientação sexual é determinada na fase pre-natal. Outra teoria defende que esta é determinada depois do nascimento, por factores ambientais. Em qualquer dos casos, a orientação sexual é estabelecida numa idade muito precoce.

5.A orientação sexual de um individuo pode ser alterada?

Considerando que a homossexualidade é apenas uma das variações do comportamento sexual, uma pergunta mais correcta será : "Os homossexuais devem mudar? E se sim, porque?". Estudos sobre o assunto mostraram que as tentativas para mudar a orientação sexual de alguém são correntemente mal sucedidas e muitas vezes levam a uma depressão agravada, e ao suicídio As estatísticas mostram que a maioria dos homossexuais não vêem nenhuma razão para mudar. Muitos, no entanto, referiram que aceitar a sua orientação sexual foi um processo difícil devido ao preconceito com que os homossexuais e lésbicas se têm de confrontar. Peritos em Ciências Sociais já começaram a estudar os efeitos do stress que advém deste tipo de preconceito.

6.Quantos homossexuais e lésbicas existem?

Embora os números variem, alguns estudos estimaram que 10 porcento da população é lésbica ou homossexual numa parte significante das suas vidas. É difícil determinar as percentagens exactas devido ao facto de muitos daqueles que temem o preconceito esconderem a sua orientação sexual.

7.Os homossexuais e lésbicas são facilmente identificáveis ?

Alguns homossexuais e lésbicas poderão ser para ti facilmente identificáveis mas, contrariamente a crendice popular, a maior parte dos homossexuais e lésbicas não se distinguem das outras pessoas. Não existe um único estilo de vida homossexual ou lésbico As lésbicas e homossexuais têm os mais diversos estilos de vida e trabalham em todas as ocupações, vivendo em qualquer parte do pais e mundo. homossexuais e lésbicas podem ser solteiros ou casais comprometidos; podem ser urbanos, suburbanos ou rurais; pretos, latinos, asiáticos e brancos.

 

8.Que tipo de emprego têm os homossexuais?

Lésbicas e homossexuais trabalham em todas as ocupações, e fazem parte de uma grande variedade de profissões Muitas lésbicas e homossexuais tomam precauções por forma a não revelar a sua orientação sexual, pois mesmo o seu eficiente e efectivo desempenho profissional não são garantia contra a hostilidade e preconceito. Por essa razão poderemos não observar nos chamados empregos tradicionais uma grande evidencia de homossexuais e lésbicas, pois não sentem segurança para se assumirem. Por exemplo, homossexuais e lésbicas fazem parte das Forcas Armadas, apesar de existir uma firme posição oficial de discriminação contra eles. Em muitos países não é ilegal discriminar com base na orientação sexual.

9.Os homossexuais e lésbicas estão sujeitos a discriminação ?

Como muitos outros grupos que são entendidos como "diferentes", os homossexuais e lésbicas estão sujeitos a incompreensão e preconceito. Chamando pelos seus nomes, hostilidade, perseguição, violência física e discriminação no emprego e em casa são algumas das formas como os homossexuais e lésbicas são erradamente tratados.

10.A homossexualidade é uma doença mental?

Não Em 1973 a resolução seguinte foi aprovada pelo Conselho de Administração da Associação Psiquiátrica Americana: "A homossexualidade, per se implica que não haja prejuízo em julgamento, estabilidade, segurança ou capacidades sociais ou vocacionais em geral. Mais ainda, exortamos todos os profissionais em saúde mental a que tomem a iniciativa de remover o estigma da doença mental associada a uma orientação homossexual."

Em muitas sociedades, a homossexualidade é considerada muito normal. Este era o caso da Antiga Grécia e Roma (ambas durante o seu apogeu e declínio), ocorre em muitas culturas Nativas Americanas (onde lésbicas e homossexuais são influentes lideres tribais e religiosos), e é o de muitas sociedades de hoje em dia, tais como a Holandesa, Dinamarquesa, Sueca e Tailandesa.

11.Os homossexuais são molestadores de crianças?

A pedofilia, atracção sexual por crianças, nunca deve ser confundida com homossexualidade. Muitos estudos têm documentado o facto de que esmagadora maioria dos molestadores de crianças são homens heterossexuais.

12.Os homossexuais são promíscuos?

Não necessariamente. Muitas lésbicas e homossexuais são solteiros, e muitos têm relacionamentos de longa data. Num estudo efectuado por Masters e Johnson, as diferenças existentes na promiscuidade sexual eram entre homens e mulheres, independentemente da sua orientação sexual. As lésbicas e mulheres heterossexuais são mais inclinadas a estar emocionalmente comprometidas antes de chegarem a uma intimidade sexual. Os homossexuais e homens heterossexuais, por outro lado, geralmente evidenciam menos envolvimento emocional antes de chegar a intimidade sexual.

13.Os relacionamentos entre adultos e adolescentes do mesmo sexo poderão levar a homossexualidade?

Não Este medo das amizades intimas, particularmente entre homens ou rapazes, tem tido efeitos negativos no bem estar mental e no relacionamento destes entre si. Demonstrações de afecto entre homens são habituais em muitas culturas do mundo. é também muito comum expressar-se amor e afeição por membros do mesmo sexo entre homens e mulheres heterossexuais.

14.A homossexualidade é contra a religião?

Muitas das religiões do mundo não condenam de todo a homossexualidade. Na tradição Judaico-Crista, teólogos e estudiosos da Bíblia continuam a discordar nas seis passagens da Bíblia que tem sido usadas para condenar o comportamento homossexual.

15.Será a SIDA uma doença Gay?

Não. A SIDA (Sindroma de Imunodeficiência Adquirida) não é uma doença "espalhada" pelos homossexuais. O vírus da SIDA transmite-se pelo contacto homossexual e heterossexual desprotegido sem os devidos cuidados do sexo seguro. (A partilha de seringas também o pode transmitir.) Em África, o contacto heterossexual desprotegido é a forma mais comum de contrair o vírus. Segundo as últimas informações, as Lésbicas são o sector da sociedade que menor risco corre na infecção do VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana), não querendo com isto dizer que estão livres de infecção.


Fonte:https://jovemgay.com/jovemgay/amigo1.asp